quarta-feira, 14 de maio de 2014

palmos sem babel


não volta. foi em 1989, o saco herdado. quando tinha seis anos e o berrante enfunado do avô aos pés de botas com escorpião, chispas de uma fazenda enferrujada. a montanha de balanços quebrados e o corpo arqueado da tia como um cisne adoentado em um canto doloroso, a radiografia do descascado no rosto da mulher, no corpo dos brinquedos, a perda pura dos terrores que amansados se colavam nas paredes debulhadas pelas chuvas. escurecia cedo. na distorção dos sapos, o corpo vela. das bocas com línguas finas uma garoa de café estirando o resto de coelho no cabelo sem mar.

Um comentário:

  1. Ai que saudade eu estava dessas pedaladas!!!..
    Se prepare para mais um abuso delas… Raduan voltará acompanhado de Ludimila Menezes no Demora, só que agora num copo de cólera...

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