quarta-feira, 31 de julho de 2013

caixilho lodoso


tinha falado de duas voltas na praça das piscinas. estranho, porque a essa altura os nadadores dormiam debaixo de uma dezena de lâmpadas emboloradas pela umidade das paredes germinadas, pelo enfeite meio móbile das páginas amareladas de chá conseguido às custas de duas procissões com o pai da margot que achava a vida difícil. esse homem mantinha um tanque de girinos embolados. esperei atrás do balcão dos produtos de limpeza, as mãos quase velhas mergulhavam naquela grande bacia que nem em época de chuvarada lembraria um rio desassoreado. sobe a escada pantanosa, a greta regressa com o corpo enodado. nada de choro, novelo de veias, cones surrupiados, gás do hospital que contorna o bairro em prensas quase retratos, quase desenho em pedra calcária dos três antes do acidente do tales naquele retângulo azulejado, poço de água retalhada pela carniça boiante que até hoje despenca do olho dele quando a cama balança apontando o amanhecer. o pai volta, permanece calado, busca outro anfíbio cativo. a cicatriz dela desde o tombo assume uma contraface de coisa molhada, de planta desarranjada e molhada, era isso. desconfio, disse ela, limpando com força de escavadeira a garganta em calefação pela ferida da era mesozoica descoberta ontem, que a inalação das caldas molengas deles seja a causa da tosse, mas ninguém deu ouvidos naquele estreito da casa onde o cão dorme babado, sonhado e sem fome. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário